Por Ana Carolina Gleria Lima
Trinta e oito módulos de cobertura delimitam o espaço. Um paraboloide hiperbólico de concreto armado cuja projeção quadrada mede dez metros e sessenta centímetros de lado é sustentada por um pilar central, de seção quadrada cujo lado mede quarenta e cinco centímetros. Configuram o módulo de cobertura. Os módulos estão distanciados por um vão de quarenta centímetros, fechado no encontro das laterais por uma chapa de cimento vibrado. A altura livre do pilar é de seis metros; a altura total do módulo é de sete metros e cinquenta centímetros.
Os módulos são distribuídos a cada onze metros em quatro linhas paralelas. As duas primeiras são compostas por oito módulos cada; a terceira aumenta dois módulos em cada extremidade, somando doze módulos, e a quarta fila diminui um módulo em cada extremidade em relação à fila anterior, somando dez módulos. A distância entre as três primeiras linhas é também de onze metros, configurando uma retícula ortogonal regular. A quarta linha de módulos afasta-se da terceira em dezesseis metros e trinta e cinco centímetros, para receber entre elas as duas linhas de trem.
Acessa-se o edifício ao nível da rua. Sua fachada frontal está recuada pelo espaço destinado ao estacionamento. O espaço contínuo e sem fechamentos laterais abriga parte de seu programa em quatro blocos. Estes volumes com estrutura em concreto, fechamento em alvenaria de tijolos –em alguns locais vazado–, e esquadrias de ferro e vidro são distribuídos ao longo das três primeiras linhas de módulos de cobertura.
O bloco A está à direita, ao entrar, posicionado no espaço retangular definido por seis pilares. Mede dez metros e cinquenta centímetros por vinte e dois metros em planta. É o único bloco de dois pavimentos e sua altura é menor que a altura livre do pilar.
O bloco B dista sete metros e cinquenta centímetros à esquerda do bloco A. Está rotacionado noventa graus em relação a este e alinham-se entre si pelo eixo central. Mede trinta e sete metros e trinta centímetros por onze metros e trinta centímetros em planta. Ocupa uma região ao redor de quatro pilares da segunda linha de módulos de cobertura do edifício. Ocupando a porção central do edifício este bloco tem seu programa voltado para os passageiros, com recintos destinados à restaurante, bar, e sanitários. Em sua lateral esquerda está a rampa de acesso à plataforma: apresenta quatro metros e meio de largura e vence um desnível de cinquenta centímetros.
Na lateral esquerda, oposta à localização do bloco A, estão os blocos menores C e D, rotacionados noventa graus entre si.
Os quatro volumes fechados delimitam e separam o espaço de acesso público e a área de acesso restrito das plataformas de embarque e desembarque. Além dos volumes e dos portões de acesso, um desnível de cinquenta centímetros de altura foi utilizado para definir os espaços. As linhas de trem abrem um vão de oito metros e meio, onde os vagões passam em desnível de um metro, deixando o acesso dos vagões na altura da plataforma. A conexão entre as duas plataformas opostas, separadas pelas linhas de trem, é realizada através de uma passagem subterrânea acessada por duas escadas idênticas de cada lado.
Ana Carolina Gleria Lima é arquiteta, mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Foi professora no Centro Universitário Moura Lacerda (CUML) e na Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). Atualmente é colaboradora e pesquisadora do Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais (IPCCIC).
Este Clássico da Arquitetura foi elaborado durante o II Workshop ArchDaily Brasil e selecionado por nossa equipe editorial. Se você quiser compartilhar suas ideias em ArchDaily Brasil, nos escreva para colabore@archdaily.com.
- Área: 4886 m²
- Ano: 1961
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Fotografias:José Moscardi